Fui perdendo força, fui perdendo independência, e para que? para hoje não distinguir o real da mentira.
Mas eu no fundo sei. No fundo, bem no fundo da minha mente sinto minha vida a desmoronar, mas meu coração continua a fingir que está tudo bem, pois não aguenta outra facada, porque outra poderá ser a final, poderá corta-lo em pedaços tão pequenos que se perderam para sempre no vasto oceano, e que nunca voltaram a casa.
Tento marcar posição perante meu desalento, tento dizer basta a todo o sofrimento, tento fazer com que pare, por favor pára!
Faz de mim alguém novo de armadura de ferro, que nunca mais se veja alcançado por alguém. Deixa-me ser superior a todas as mentiras e também a todo o amor. Deixa-me ser fria e racional.
Tira-me o coração de vez, e faz com ele o que quiseres.
Já não escrevo mais para ti, meu amor, este é o fim, porque não mereces. Há muito que não mereces as minhas palavras sentidas! Não lhes dás valor algum!
A partir de agora escrevo só para mim, e para quem realmente me quiser ouvir.
Quantas lágrimas minhas tens tu oceano?
Não são muitas, que eu pouco choro, mas mágoa minha tens muita, revolta também, revolta que eu tenho por amar tanto quem não merece.
Será que algum dia encontrarei outra pessoa que realmente me ame tanto como eu a ela? Que consiga demonstrar carinho com um simples olhar? uma simples palavra?
Que não se deixei ficar por pequenas desculpas que não dá mais porque não pode, que um dia..., um dia? mas não peço o mundo a ninguém, peço amor, e demonstrações do mesmo, coisas tão simples apesar da complexidade.
Desisti à algum tempo de dizer coisas bonitas por ver que encontravam uma parede dura e negra, onde nem sequer reflectiam, nem sequer penetravam, e ultimamente o meu amor não penetra também.
E não será injusto tudo isto me tirar sono e fome, enquanto há quem durma descansado como se fosse um herói?
Ò verdadeiro herói onde estais vós quando necessito de vos ver? Ò príncipe encantado porque demorais tanto a vir buscar vossa donzela que espera por vos ter?
Simplesmente estou a acordar de um grande sono, e se as coisas continuam assim, não sei o que pode acontecer.
Só sei que preciso de acordar, mas não sei se forças tenho, nem coragem, para tal.
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